O jornal Quilombo

Apresentação

Em 1948, o Teatro Experimental do Negro (TEN) começou a publicar o jornal “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”. Ao total, o jornal teve dez edições que foram coordenadas por Abdias do Nascimento entre 1948 e 1950.

O periódico retratou atrizes, dançarinas, cantoras, pintoras, educadoras, empregadas domésticas, meninas e candidatas em concursos de beleza. Também, possuía matérias assinadas mulheres, com destaque para a coluna “Fala a Mulher” de Maria Nascimento, uma das líderes do TEN. Os colaboradores do jornal, entre eles Maria Nascimento, tornaram-se instigadores dos saberes, a partir do diálogo aberto e afável com os leitores.

O jornal “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro” almejou demonstrar o movimento negro como ator político e educador na representatividade feminina. Demonstrou aos seus leitores uma carga teórico-política para analisar a condição da população negra naquele período, ao mesmo tempo em que era espaço profícuo da cultura negra, através da divulgação de eventos cotidianos, tais como festas, bailes, concursos de poesia e beleza negra, os quais raramente apareciam em veículos da grande imprensa, ainda que parte da própria população brasileira fosse desescolarizada, representando uma barreira na difusão das ideias. Dessa forma, destacando-se no combate ao preconceito e na afirmação social da população negra, o jornal operava como instrumento de integração deste grupo na sociedade brasileira na metade do século XX, ainda que se buscasse estabelecer um relacionamento com a elite social e política brasileira.

Este site foi elaborado durante o Mestrado Profissional em Ensino de História, na Universidade Federal do Paraná, a partir da pesquisa “O jornal Quilombo e a representação da identidade afirmativa da mulher negra: uma proposta paradidática no ensino de História”.

Para ler a todas as edições do jornal Quilombo, acesse o acervo digital do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (Ipeafro), disponível em: